Há alguns dias fui convidado pela irmã Kênia, líder de uma das equipes de louvor da igreja, para levar uma mensagem aos integrantes do grupo, na reunião de oração que sempre é feita antes dos cultos de domingo. A princípio, tive um impulso de recusar o convite, por não me julgar capaz naquele momento de ministrar alguma mensagem. No entanto, a história que vou compartilhar aqui hoje já estava "me perseguindo" há algum tempo e o exemplo do personagem principal me motivou a aceitar o convite, pois sabia que o Senhor estaria me capacitando. Hoje, quero aproveitar este espaço para compartilhar com você a mesma mensagem, mas creio que Deus pode falar de uma forma diferente.
No livro de Juízes, capítulos 6 e 7, encontramos a história de Gideão. Naquele tempo, o povo de Israel estava passando por grande aflição, pois era alvo das maldades dos midianitas, que até lhes roubavam os seus mantimentos e destruíam suas plantações. O povo de Israel não tinha um líder, e por isso muitos israelitas viviam em pecado, na idolatria, afastados do Deus Vivo e Verdadeiro. Foi então que Deus enviou um anjo para falar com Gideão.
A Bíblia diz que Gideão estava malhando o trigo no lagar, ou seja, ele tinha medo que os midianitas roubassem o fruto do trabalho do seu povo, e por isso estava malhando o trigo escondido. Foi então que o anjo apareceu a Gideão e disse-lhe: "O Senhor é contigo, homem valoroso". No entanto, Gideão duvidou por um instante da provisão de Deus, devido àquela situação de calamidade pela qual Israel estava passando. Mas o anjo prosseguiu dizendo que Deus havia escolhido Gideão para livrar a Israel. Gideão questionou: "Ai, Senhor meu, com que livrarei a Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu o menor na casa de meu pai." Mas para Deus não importava a pequenez daquele homem, pois a verdadeira força é fruto da fé. Gideão pediu ao anjo um sinal de que aquelas palavras vinham, de fato, da parte de Deus. Ele preparou um cabrito e pães ázimos e ofereceu ao anjo. O anjo tocou aquela refeição com o seu cajado e subiu fogo das pedras onde estava posta e consumiu aquela oferta. O Senhor então manda que Gideão destrua o altar de Baal edificado pelos midianitas e naquele lugar edifique um altar a Deus. Ele obedeceu, mas, com medo, foi à noite cumprir o que o Senhor havia lhe ordenado. Quando os midianitas descobriram, começaram a perseguir Gideão. Uma briga ainda maior foi comprada. Mas os planos de Deus acerca de Gideão e de seu povo eram perfeitos. Gideão pediu a Deus mais algumas provas de Seu cuidado e Sua segurança (não me aterei a estes detalhes, pois este post já está ficando longo). Certo da fidelidade do Senhor, ele reuniu um exército de trinta e dois mil homens para guerrear contra os midianitas. Mas Deus queria mostrar que não era a força humana que seria capaz de livrar a Israel. Foi então que, por duas vezes, Ele fez com que o exército diminuísse, chegando à quantidade de apenas trezentos homens. Humanamente falando, Gideão e seu exército não teriam a menor chance, mas foi com apenas esses trezentos homens que Deus livrou Israel da opressão dos midianitas sob a liderança do pequeno Gideão. Bastou que eles se aproximassem do acampamento inimigo à noite, quebrassem os seus cântaros (vasos) e tocassem suas buzinas. Os próprios soldados do exército inimigo se derrotaram, lutando entre si, confundidos. Foi assim que Deus livrou a Israel por meio de Gideão.
O que podemos aprender com esta história? A história de Gideão é uma lição de fé, de coragem, de ousadia, e por que não dizer também, de auto-estima, não é verdade? Eu mesmo, quantas vezes me senti pequeno, frágil, devido à várias coisas que ouvi, palavras que me feriram e que até hoje me trazem um certo desconforto, "traumas" da infância e que até hoje me perseguem. Mas aprendi com Gideão que o tamanho, o porte físico, seja lá o que for, nada disso tem valor para Deus. Não importa o diagnóstico médico, as "certezas (incertas)" da Ciência ou as palavras vazias de um "Zé Mané" qualquer. A última palavra é sempre a de Deus. Como dizia Albert Einstein, "Deus não escolhe os capacitados. Ele capacita os escolhidos". Como também está escrito em 1 Coríntios 1:27-29: "Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; Para que nenhuma carne se glorie perante ele." Como estes versículos já me consolaram e até hoje me consolam!
Cada um de nós enfrentamos batalhas diferentes em campos diferentes da nossa vida. Talvez a sua luta seja no campo emocional, mas também pode ser no campo espiritual, familiar, ministerial, etc. O fato é que não é na força do nosso braço que poderemos vencer os nossos desafios. É Deus que nos capacita. Receba do Senhor a ousadia, a coragem e a força que você precisa para abandonar o pecado, abandonar a apatia espiritual, abandonar o comodismo, abandonar a depressão, para destruir "o altar de Baal" que porventura ainda exista no seu caminho. Tome posse da certeza, da convicção de que o nosso Deus não é um Deus pequeno, Ele é Deus com D maiúsculo, Ele é o Único, Vivo, Verdadeiro, Santo, Inigualável, que nos perdoa, que nos liberta, nos ama e nos faz mais que vencedores por meio do Seu Filho Unigênito. No mais, lembre-se das palavras do anjo quando este apareceu a Gideão: "O Senhor é contigo!".
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